quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dilma dá escovada com dentifrício em Obama

Que dias espetaculares! Não me surpreende que tenha se formado essa imensa rede de blogs e jornais dedicados a exaltar o nosso governo. As virtudes são muitas e variadas.

Imaginem o tenso dia-a-dia na Veja, no Estadão e no Globo, entre outros ainda mais irrelevantes. Aquele mar de editores e colunistas atrás de qualquer farelo que renda uma matéria negativa. E ainda por cima sem verbas federais!

Giro rápido:

O povo quer a importação de médicos. Um golaço do João Santana. O mais incrível não é a aprovação de 73% para o programa. Genial mesmo é 49% acharem que ele vai resolver os problemas da saúde. Com essa nem o João contava.

Mesmo se o “Mais Médico” não curar o coração de nenhum paciente, já chegou ao coração mais importante: o do eleitor.

Se eu fosse o Santana, já riscava saúde da lista de temas para 2014. E engataria mais duas importações: “Mais Atletas Olímpicos” e “Mais PMs Honestos”. Estamos inovando na gestão da opinião pública.

-- 75% discordam que a inflação esteja sob controle. Pode parecer má notícia, mas reparem: 15% do povo ainda põe fé no BC e na Fazenda. Dá uns 30 milhões de pessoas. É uma “margem de credulidade” (os economistas devem ter um nome para isso) para o caso da economia fraquejar. A Argentina, por exemplo, não tem essa margem - já está mais avançada no modelo.

-- Dilma dispara e o povo quer o PT. Olha o Santana de novo. Não tem economia parada, não tem dólar na lua que abale o homem. Não sei como ele faz isso: 43% acham que o país melhorou depois das manifestações, e 64% acham que o governo atendeu pelo menos parte das demandas. Assombroso!

Aécio, Marina e Campos: desistam já. Vocês não têm fiapo de chance. Digam aos bancos e às empreiteiras que usem os milhões da campanha em benefício do povo.

-- Demos um “guenta” no Obama. Eu tinha escrito “impusemos uma humilhação”, mas troquei pela simpática expressão do Lula.

Confesso aqui meu enjôo inicial com esse episódio, que me lembrou muito do Francenildo. Espionagem só é problema quando vem a público: não muda nada, mas fere o orgulho do espionado, que precisa se mostrar amuado enquanto espera o assunto sair dos jornais. Uma maçada.

Não com a Dilma! Alertada pelo Santana da oportunidade, a presidenta subiu nas tamancas e deu uma escovada histórica no Barack. Exigiu desculpas e ameaçou cancelar a viagem aos EUA.

Quero revelar aqui: a rede nacional que o Obama marcou para ontem era para pedir desculpas à Dilma. A emergência síria mudou tudo, paciência. Mas ele mandou uma carta (protegida por sigilo) digna de menino explicando pra mãe uma vidraça quebrada.

Sem contar que Dilma mostrou fino comando do vernáculo ao simular – simular! – que não sabia que dentifrício é o mesmo que pasta de dente. Enquanto o PIG debochava, a presidenta seguia um script que eu, modéstia à favas, escrevi. O elemento surpresa mudou o eixo da conversa e assegurou mais uma conquista da nossa política externa.

84% não confiam no Congresso. Aqui, estamos em perfeita sintonia com o povo. A presidenta não pode dizer de público, claro, mas sei bem como ela se aborrece esse aspecto da democracia. O dado motivou discreta comemoração no quarto andar.

Levei meia hora para rabiscar a lista acima. Há muito, muito mais. De fato, não surpreende o sucesso dos blogs governistas.

Um comentário:

  1. ¯\_(ツ)_/¯
    2017: a todos do blog, que fiquem atentos à picaretagem em 2017 & que vossas mentes permaneçam rápidas perante ao ilusionismo do PT.
    Um sublime 2017!

    Viva 2016!

    Em 2016 houve fato fabuloso sim, apesar de Vanessa Grazziotin falar que não, dessa forma equivocada assim:
    “O ano de 2016 é, sem dúvida, daqueles que dificilmente será esquecido. Ficará marcado na história pelos acontecimentos negativos ocorridos no Brasil e no mundo. Esse é o sentimento das pessoas”, diz Grazziotin.

    Mas, por outro lado, nem que seja apenas 1 fato positivo houve sim! É claro! Mesmo que seja, somente e só, um ato notável, de êxito. Extraordinário. Onde a sociedade se mostrou. Divino. Que ficará na história para sempre, para o início de um horizonte progressista do Brasil, na vida cultural, na artística, na esfera política, e na econômica.

    Que jamais será esquecido tal nascer dos anos a partir de 2016, apontando para frente. Ano em orientação à alta-cultura. Acontecimento esse verdadeiramente um marco histórico prodigioso. Tal ação acorrida em 2016 ocasionou o triunfo sobre a incompetência. Incrementando sim o Brasil em direção a modernidade, a reformas e mudanças positivas e progressistas. Enfim: admirável.

    Qual foi, afinal, essa ação sui-generis?
    Tal fato luminoso foi o:

    — «Tchau querida!»*

    [ (*) a «Coração Valente©» do João Santana; criada, estimulada e consumida. Uma espécie de Danoninho© ‘vale por um bifinho’. ATENÇÃO: eu disse Jo-ã-o SAN-TA-NA].

    Eis aí um momento progressista, no ano de 2016. Sem PeTê. Sem baranguice. Sem política kitsch.

    A volta de decoro ao Brasil. Basta de porralouquice.

    Feliz 2017 a todos.

    ResponderExcluir